Rolar o feed para encontrar o perfil de uma pessoa com quem possa sair e, quem sabe, ir além de uma amizade é comum para quem está à procura de amor. E se, no entanto, a busca for por um novo melhor amigo de quatro patas? Aí é comum recorrer a abrigos, lojas pets ou perfis de ONGs nas redes sociais para encontrar o cão ou gato ideal.
Foi pensando em facilitar esse “match” entre o novo amigo e a futura família que seis empresários criaram o aplicativo PetPonto. Nele, o usuário pode rolar o feed e visualizar os mais de 3 mil cães e gatos disponíveis para a adoção. No perfil de cada um, tem foto, nome, idade, localização do lar temporário e até uma descrição sincera, que diz se o pet é espaçoso, se morde, se está castrado, se tem bom relacionamento com outros animais e crianças e se gosta de passear, entre outras informações.
Idealizado por Leandro Santana, o PetPonto foi a primeira aposta dele unindo empreendedorismo social e a área de tecnologia. Incentivado pelo constante crescimento do mercado pet, Santana pensou em investir no ramo de petshop. Ao pesquisar sobre o tema e conversar com amigos envolvidos com a proteção animal, deparou-se com a realidade do abandono, que lota os abrigos de ONGs e protetores independentes. A triste realidade o fez mudar a ideia inicial.
“Descobri que existem 30 milhões de animais abandonados, o que foi muito assustador. Pensei, então, em um app de adoção. Me chamou atenção não só o impacto que o app poderia ter na vida das pessoas que adotam, já que vemos o quanto elas se emocionam quando ocorre uma adoção, mas também no macro, com o impacto social e sanitário que existe, formando uma onda do bem”, lembra Santana.
Adoção cria um “novo” consumidor
Em agosto de 2021, o app foi lançado gratuitamente para todo o Brasil. Para ajudar na divulgação, os seis sócios apostam também em eventos de adoção presenciais, com auxílio de patrocinadores. Já tiveram uma experiência em dezembro do ano passado, em São Paulo, e pretendem realizar outros quatro eventos neste ano.
O foco voltado para o impacto social é uma das barreiras a ser vencida na busca pela monetização do app. Neste primeiro momento, os sócios, que são empresários de diferentes áreas, concentram seus esforços em popularizar a adoção de cães e gatos, fazendo com que ela seja ainda mais bem vista e cogitada pelas pessoas, além de incentivar o suporte ao trabalho das ONGs de proteção animal.
Santana comenta que, a partir do momento em que ocorre a adoção, forma-se um negócio escalável, com aquecimento de um mercado que já está em alta – em 2021, o faturamento do setor de produtos, serviços e comércio de animais de estimação cresceu 27%, segundo levantamento do Instituto Pet Brasil, em comparação a 2020.
“Enxergamos que este animal que está hoje abandonado deve ser inserido em um contexto que passe a ter um consumo melhor de comida, de banho e tosa, de veterinário. Entendemos que, trazendo o cão ou gato do abandono para o mercado, estamos contribuindo com todo o sistema econômico”, avalia.
Em 2022, os caminhos para capitalizar renda dentro do próprio aplicativo devem avançar em direção do desenvolvimento de produtos de marca própria e de um marketplace com parceiros. Já no lado social, os sócios esperam ter pelo menos 400 matches consolidados via aplicativo, que oferece um termo de adoção digital para que a ONG ou o protetor independente possam formalizar a nova união no primeiro encontro presencial, sem demandar o uso de papel.
Mercado pet no Brasil
Dados consolidados do setor de produtos, serviços e comércio de animais de estimação em 2021
• Faturou R$ 51,7 bilhões, crescendo 27% em relação à 2020
• Pet food: R$ 28 bilhões (55% do total)
• Venda de animais de estimação: R$ 5,6 bilhões (10,9% do total)
• Produtos veterinários: R$ 5,3 bilhões (10,2% do total)
• Serviços gerais: R$ 4,8 bilhões (9,2% do total)
• Serviços veterinários: R$ 4,7 bilhões (9,3% do total)
• Produtos de higiene e bem-estar animal: R$ 2,8 bilhões (5,4% do total)
Fonte: Instituto Pet Brasil
Link da matéria completa: https://g1.globo.com/especial-publicitario/vae/noticia/2022/03/28/empresarios-apostam-em-app-que-faz-o-match-entre-pets-e-adotantes.ghtml